A mente humana só é capaz de perceber pequena parte do todo, dando sentido ao mundo de acordo com as experiências vivenciadas, cultura, crenças (o que pensa sobre si, sobre os outros, sobre a vida e os relacionamentos), valores e suposições. Por isso, cada pessoa percebe e interpreta a vida e a realidade de uma maneira diferente e tem um modo exclusivo de interagir com a realidade.
As crenças são os determinantes das vitórias e fracassos. Através dos sentidos e do movimento corporal percebe-se o mundo e criam-se imagens mentais que dão significado a cada experiência. Essas informações sofrem um filtro (inconsciente) e são comparadas com as experiências registradas anteriormente, que de alguma forma, podem ou não fazer sentido. Somente após esse processo é que se passa a ter consciência destas informações recebidas do exterior (as informações recebidas pelos 5 sentidos e pelo movimento e equilíbrio são modeladas).
A forma como percebe o mundo é o fundamento da identidade. Cada ser humano possui sua própria maneira de observar, entender e compreender a vida: a mente humana omite, distorce, cria ou generaliza a informação que recebe. A omissão é quando a mente seleciona e filtra a experiência, bloqueando as partes que não são compreensíveis. o cérebro simplifica a formação do pensamento. Na distorção, a mente deturpa a experiência, enxergando nela diferentes significados, de acordo com o momento. Na construção é quando, a partir de uma informação passa a criar alguma coisa que não está lá, dando uma nova realidade. A generalização é quando, a partir de uma experiência, a mente passa a representar todo um grupo de experiências. É o processo mental utilizado para agilizar e facilitar o dia a dia. Todos esses filtros são influenciados pelo ambiente.
A perspectiva de observar (ponto de vista) é o Mapa (mental), que converge nas experiênciasoem cada ciclo das etapas da vida e poder de abstração e raciocínio. Uma pessoa de 60 anos, por exemplo tem uma percepção e compreensão mais ampla/diferente do que quando tinha 40 ou 20 anos. Cada ser humano possui sua própria maneira de observar, entender e compreender a vida, já que cada um possui suas próprias experiências. Cada um é único em seu modo de pensar, interpretar e agir, podendo ampliar e aprimorar sua capacidade cognitiva.
A atualização do Mapa(mental) é um processo dinâmico, mutável e passível de aprimoramento de acordo com aquilo que faz sentido. A interpretação de um fato é diferente para uma criança de 8 anos e um adulto de 80. Não existem significados fixos para a arte, a música e nem as circunstâncias, por isso cada individuo reage de forma diferente. O som, a imagem, a sensação e interpretação dependem exclusivamente de cada pessoa. A realidade é o território e o Mapa é a forma como se vê (filtro pessoal ou tipo de lentes de percepção). Essa visão é baseada nas emoções vivenciadas a partir das informações que cada um possui (programa consciente ou inconsciente) e causa representações mentais, que são diferentes em cada ser.
O contato com o mundo incia-se ante mesmo do nascimento, no ventre materno, quando ainda não há racionalização. A percepção vai se completando na sensação de segurança, nas brincadeiras e diversões conforme o bebê vai crescendo. Nessa etapa ainda não estão instaladas as crenças cerceantes que bloqueiam (li-mi-tantes), disputas de poder ou mesmo um ego consolidado. O meio passa a ser uma grande influência de percepção e referências para o futuro, através das necessidades de ser reconhecido(a), admirado(a) e amado(a) vão sendo supridas ou não. A criança é movida por uma estrutura da psique levada por instintos e desejos (id) em que não existem julgamentos. Ainda não cirou nenhuma identidade idealizada, máscara (personalidade) ou modelo para ela seguir. Ela simplesmente É - e se deixa levar pela imaginação criativa. Conforme a criança vai se relacionando com o mundo essa estrutura livre vai tomando outra forma, se moldando, conforme pressões, regras, julgamentos, incertezas, hábitos, dando a ela uma nova percepção sobre si e surgem assim as primeiras máscaras (ferramentas para ser bem sucedida) e crenças que a cerceiam que podam sonhos e desejos, na perspectiva do medo (de não ser aceita ou amada).
Em certa etapa da vida, percebe que as pessoas possuem crenças, desejos e intenções distintas de si. Enfrentando e vencendo os desafios, vai se aprimorando, tomando consciência de si (autoconhecimento) perante o mundo, ouvindo a voz interior e observando a idealização dos Mapas (mentais) a partir da visão de si, utilizando-se da capacidade de ser o melhor possível a cada dia. Percebendo que o mundo é um espelhamento dos conteúdos inconscientes, vai se burilando e tornando-se cada vez mais sua própria essência, que é a Consciência divina, saindo da visão dual da vida.